A Igreja

03/02/2017 13:45

Em verdade, a Igreja de Cristo é um organismo que jamais será vencido. Entretanto, ela tem sido prejudicada e impedida de brilhar entre as nações, por causa da intervenção humana, que lhe modifica a estrutura e o funcionamento, substituindo as peças mestras, que Deus mesmo colocou, por outras que os homens imaginaram.

Na igreja primitiva, os cristãos eram cuidadosamente instruídos acerca do caminho, em contraste com o abandono em que vivem os neo-convertidos nas igrejas de nosso tempo.

Naqueles dias, os neófitos aprendiam como dar razão de sua fé; um príncipe ou um nobre não conhecia melhor a doutrina cristã do que o homem do povo ou o marítimo que se convertera numa de suas viagens em um porto qualquer, o conhecimento de uns era o conhecimento de todos.

Na igreja primitiva, a admissão como membro era mais difícil do que hoje, o candidato devia ser realmente convertido e tinha de demonstrar seu desejo de pertencer à igreja, através de uma série de fatos que faziam recuar os medrosos e todos os incapazes de fazerem brilhar a luz de Cristo.

Os favores que Deus concedeu à igreja são de tal ordem, as promessas são tão reais e a proteção tão eficiente, que nem mesmo as portas do Inferno prevalecerão contra ela.

Na ordem moral e espiritual, Deus espera que a igreja seja um luzeiro de primeira grandeza no contexto da vida. A igreja deve absorver de tal modo a graça revelada, que, ao receber os raios do Sol da Justiça, nela resplandeça toda a beleza de um poente matizado de ouro, beijado pelo sol, no ocaso. Deus espera que da igreja se desprendam as fragrâncias vivas do amor e da santidade, tal como das flores se esparge o odor nas asas da brisa.

O problema primordial, o ponto vital que resolve todas as dificuldades e determina o florescimento da igreja, é a salvação dos pecadores se a igreja tiver a mensagem poderosa do Evangelho que atraia os homens para serem salvos e transformados, todos os seus demais problemas serão automaticamente solucionados.

Tanto no livro de Atos dos Apóstolos como nos demais livros do Novo Testamento, a doutrina apostólica que dá toda a autoridade ao Espírito Santo, e condena a intromissão do elemento humano onde só a graça de Deus deve operar, é persistentemente pregada com grande clareza. Ali há cristianismo: não há religião. Cristianismo sem poder, sem inspiração, sem dependência de Deus, sem milagres e sem rendição completa, não é cristianismo: é simplesmente religião, e religião não é luz para uma igreja de Deus!

O que está em evidência hoje em dia nas igrejas é a doença de mandar e governar: todos querem possuir autoridade, quando a necessidade maior é possuir o poder de Deus. Quanto maior for o domínio humano na igreja, tanto menor será a autoridade de Deus, isto é, tanto menor será o poder do Espírito Santo, e, consequentemente, mais fraca será a luz que a igreja irradia. Quanto mais forte se mostrar a organização eclesiástica, mais débil será o poder do Alto a manifestar-se na igreja, porque a autoridade humana expulsa a autoridade ao poder de Deus e extingue a luz espiritual.

A grande perplexidade dos homens de responsabilidade na igreja decorre do fato estranho e aparentemente inexplicável da falta de brilho na vida, na luz, na missão, no testemunho, em tudo, enfim, em que a luz devia alumiar e refletir o poder da salvação.

A igreja sente necessidade de avivamento, clama por despertamento, mas a luz não tem poder para atrair as multidões, como nos dias dos apóstolos; não tem o fulgor capaz de penetrar nos corações e convertê-los.

Há muitas necessidades e muitos problemas que a igreja e o cristão possuem e não podem resolver: falta algo para transformar as circunstâncias: há luz, mas a luz não brilha.

- Que força havia na igreja primitiva para dar brilho à luz? A luz daqueles dias seria diferente da luz do tempo presente?

- Não, a luz da Idade Apostólica era a mesma luz prometida à igreja da atualidade. A atitude dos homens para com Deus é que determina o reflexo da graça, o brilho da salvação. As ações e a nobreza dessa atitude constituem um clarão permanente a arder e iluminar.

Para haver um grande clarão, deve haver um facho correspondente a projetar claridade nos corações. Uma grande luz consome energia e, às vezes, requer o sacrifício de alguma vida.

O sacrifício duma vida só se alcança na abundância da graça, e a graça abundante, que gera o amor, está em Deus.

Se a igreja ou alguns de seus membros se considerarem tão elevados, que não possam "descer" para receber a luz do Espírito Santo, pouca probabilidade terá de ver a luz da vida. A igreja que espera alcançar de Deus a luz que tem brilho, terá sempre presente a revelação da chamada para o trabalho de mostrar Cristo aos homens. O fator de progresso espiritual numa igreja não é a prosperidade material; não é a lembrança do passado; não é o orgulho de ser uma grande denominação; não é possuir muitos valores intelectuais. Todas essas luzes são luzes sem brilho, luzes que não alumiam, fumegam, mas não iluminam. Qual é a luz que permanece na igreja dos dias presentes? Será a luz da Estrela da Alva? Ou a luz sem brilho? Os crentes têm sua missão específica de testemunhas que refletem o brilho de quem os enviou a testificar. A missão de salvar é exclusivamente de Jesus Cristo, afastar-se da revelação e do modelo do Novo Testamento, deve ter sempre presente que o poder de salvar não foi transferido a nenhum homem nem a qualquer igreja ou religião: é Cristo quem salva. "O Cordeiro de "Deus que tira o pecado do mundo" era o tema dos primeiros cristãos. Salvação e redenção é o tema permanente e imutável do cristianismo; qualquer alteração introduzida no plano de Deus afasta a igreja do seu fundador, e invalida o sacrifício de Cristo.

A verdadeira missão da Igreja é: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações... ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado..." (Mt 28.18,19). Ninguém tem o direito de inverter a ordem de Jesus acerca da missão da igreja, aqueles que o fazem a afastam da sua grande missão de evangelizar e brilhar por Cristo.

As advertências do livro do Apocalipse tinham por finalidade despertar as igrejas que entraram em estado de sonolência espiritual. As advertências que aqui ficam têm idêntica missão. Ainda há tempo de consertar as relações com Deus. As igrejas que conservam elevado o seu padrão espiritual, que cuidem em não descer! Que prossigam para o alvo soberano! As que já estão à beira da falência, que voltem à fonte de Luz, e sua vida renovar-se-á: seu testemunho passará a ser luz no Senhor! Outro problema a ser enfrentado na igreja, é acerca dos sermões que estão sendo pregados. A pregação pode ser uma luz a iluminar o caminho para o Calvário, como pode ser uma nuvem de obscuridade a evitar que as almas vejam Cristo e o sigam.

Cristo pede e deseja do pregador é que fale do que recebeu do Pai; que exprima sua gratidão, alegria e o poder da salvação. A obra de levar almas a Cristo é mais simples, mas é mais elevada que o trabalho de colecionar termos para dar realce àquele que prega. Pregar o Evangelho é, antes de tudo, expor ao mundo atribulado o caminho da vida eterna e da paz.

O tempo de sacrifícios para a igreja é também o período mais rico da graça; é quando a água da vida jorra nela mais abundante, mais clara e mais refrescante. Todos aqueles que provaram as bênçãos desse período, reconhecem com gratidão quanto bem lhes fez a água, a satisfação, o gozo, a experiência e a comunhão que beberam e desfrutaram.

Um culto na igreja primitiva possuía encantos que ninguém podia antecipar. Os que se propunham a assistir a eles, faziam-no unicamente confiados na graça que Deus revelaria à medida que o culto se realizasse. Nada ali era automático: o culto duma noite diferia do culto da noite seguinte. A pregação da Palavra, as orações, os hinos, os testemunhos, tudo, enfim, estava na dependência do Espírito Santo, o que transformava em motivos de louvor e fatores de salvação, o que acontecia.

A variedade da forma do culto dava à igreja um brilho que não podia ser imitado, e transmitia aos corações convicções tão profundas e reais que nenhuma dúvida as podia abalar. Com a convicção, nascia o desejo ardente de viver uma vida mais profunda e mais ativa no amor de Deus.

A Bíblia é o livro da revelação de Deus para salvação das almas, e não para ser motivo de especulações e interpretações humanas. As leis e as doutrinas humanas, são mutáveis, transformam-se, ajustam-se, modificam-se e revogam-se, porque são humanas, mas a Palavra de Deus permanece para sempre. Ela é a terra da promissão e da liberdade. Quanto maior for o conhecimento das Escrituras, tanto mais será o conceito de liberdade, porque a verdade revelada traz liberdade, ao passo que a má teologia escraviza e absorve a vida daqueles que a defendem. As Escrituras são imutáveis: resistem a todos os ataques; possuem as mesmas características e o mesmo poder em todos os tempos: conservam intactas as mensagens de esperança; nelas se destaca sempre com o mesmo fulgor e com a mesma vibração a luz do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. As experiências nossas e de outrem afirmam que a Bíblia liberta as almas que vivem acorrentadas pela dúvida, dando-lhes a visão dum horizonte sem fim, enquanto que a má teologia as embaraça e as ofusca num círculo de complicações cada vez menos claras.

O cristianismo tem uma missão positiva; é mais que um sistema de doutrinas: é uma dádiva de liberdade e de amor que Deus legou à igreja para fazê-la brilhar entre os homens. A igreja que tem a revelação de Cristo e conserva os princípios da Palavra de Deus, conhece a verdade, e a verdade a conserva em liberdade: não é escrava da má teologia. A igreja deve continuar a ser igreja, desempenhando a missão que lhe foi confiada por Cristo, conservando a liberdade espiritual que a graça outorga.

Estarão essas coisas acontecendo na sua igreja?! Não será uma situação perigosa viver diferentemente da igreja dos dias primitivos? Por que não voltar à simplicidade da fé? Todos nós temos de responder, se não quisermos ver a nossa igreja sem brilho, ela alcançará o esplendor e o respeito de todos, se ela mesma se transformar numa tocha profética, isto é, se anunciar ao mundo todas as verdades constantes da mensagem do cristianismo, tanto as de objetivo imediato como as relacionadas com o futuro. Se a mensagem não for completa, sua vida não terá brilho.

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